Não sei se você já ouviu falar sobre o GVA – Gerenciamento de Valor Agregado, mas esse conceito tem história e, com o passar do tempo, tem se firmado cada vez mais no setor de construção civil.
Na década de 60, nos Estados Unidos, o termo foi usado pela primeira vez para designar um sistema de controle incorporado aos padrões do Escritório da Secretaria de Defesa da Força Aérea Americana.
Desde então, a técnica se expandiu, chegando à construção civil como um método que auxilia na medição e avaliação dos resultados esperados e obtidos. Quer ir mais a fundo no assunto? Neste conteúdo você verá:
- O que é e como funciona o GVA;
- Sua importância e objetivo;
- Como calcular o Gerenciamento de Valor Agregado;
- Suas vantagens e muito mais!
O que é o Gerenciamento de Valor Agregado?
O Gerenciamento do Valor Agregado (GVA), também conhecido como Técnica do Valor Agregado (TVA), atua como um parâmetro econômico e financeiro, que ajuda a guiar a obra pelo melhor e mais vantajoso caminho para a sua construtora.
Como uma ferramenta para identificar padrões, o GVA auxilia a analisar obras anteriores, como num banco de dados, para obter informações importantes para o desempenho de obras futuras.
Isso permite que a construtora faça a ligação entre escopo, prazo e custo do projeto, através de uma comparação do avanço físico da obra com relação ao que está no orçamento.
Ainda confuso? Vamos por partes!
O Gerenciamento de Valor Agregado é um método eficaz para avaliar se os desempenhos de custo e prazo da obra estão de acordo com o planejado.
A Sienge explica que com o GVA, é possível extrair índices que ajudam na mensuração da obra sobre quão dentro de prazo e custo a obra está. Isso porque a metodologia transforma valor de custo em valor de prazo, traduzindo os custos e prazos em percentual de obra realizada.
Ou seja, por meio deste gerenciamento do valor agregado, dá para determinar a viabilidade econômica e ter uma previsão de custos aproximada sobre o quanto de recursos financeiros será necessário em determinado projeto.
Como o GVA pode ajudar sua construtora?
O principal objetivo do Gerenciamento de Valor Agregado é acrescentar maior assertividade no decorrer das etapas de um projeto, com isso, também surge a sua principal vantagem, que é proporcionar tomadas de decisões mais ágeis e acertadas.
Falando em vantagens, pense que o GVA possibilita uma visão geral da obra, facilitando as respostas para perguntas importantes, como as levantadas por Adilson Pize:
- A obra está adiantada ou atrasada em relação ao cronograma?
- Estamos usando nosso tempo e recursos de forma eficiente?
- Quando a obra vai terminar?
- Estamos abaixo ou acima do orçamento inicial?
- Qual o provável custo para finalizar a obra?
- Quanto vai custar a obra no final da execução?
Curva S: Colocando o Gerenciamento de Valor Agregado em prática
Para analisar planejamento x execução, a curva S é a estratégia do Gerenciamento de Valor Agregado mais utilizada. Como um gráfico, a curva S ajuda a analisar o que foi planejado e o que foi feito, considerando tempo e incongruências.
Então, através da curva S, a construtora consegue conduzir um projeto onde os custos estejam adequados ao que foi planejado, e faz isso ao:
- Analisar despesas;
- Prever as despesas;
- Organizar a rota, para que as atividades sejam concluídas no prazo e do orçamento estipulado no planejamento.
Pontos importantes para fazer o Gerenciamento de Valor Agregado
Para fazer o GVA, é importante ter as seguintes áreas do projeto bem definidas e estruturadas:
- Planejamento;
- Orçamento;
- Financeiro;
- Acompanhamento.
Em seguida, é primordial considerar as seguintes variáveis:
VP – Valor Planejado: É a análise do cronograma x orçamento. Precisa considerar o que foi planejado e quanto de recursos financeiros tem disponível para a execução do projeto.
VA – Valor Agregado: Essa variável é feita através do avanço físico da obra mensal e da medição dos serviços da construtora. Os critérios devem considerar o que foi definido no planejamento, de modo a evitar erros no decorrer da obra.
CR – Custo Realizado: Trata-se do levantamento dos custos com relação ao que foi realizado. Para essa variável, é levado em conta também o que foi comprado e utilizado, mas ainda não foi pago.
Exemplo para visualizar a aplicação do GVA em um projeto
A Prevision bolou um exemplo que deixa bem claro a execução do Gerenciamento de Valor Agregado em uma obra:
Imagine a execução de um empreendimento vertical. Até o fim do mês de março, a previsão era ter executado a estrutura de 3 pavimentos e a alvenaria do primeiro deles. O Valor Previsto (VP) até essa data foi de R$ 600 mil. No entanto, na medição do final do mês, constatou-se que foram executados apenas 2 pavimentos de estrutura e nenhum de alvenaria, e o Custo Real (CR) foi de R$ 300 mil.
É comum que as construtoras façam a comparação simples entre o VP e o CR. Dessa forma, no exemplo, a conclusão seria que se gastou menos do que estava previsto para aquele período. Porém, essa inferência é perigosa, pois é preciso comparar também o que foi executado com o dinheiro investido.
Daí vem a importância do Valor Agregado (VA), para indicar se o montante investido está equilibrado com o que estava orçado e foi executado. Neste exemplo, após as medições físicas, constatou-se que o Valor Agregado (VA) foi de R$ 250 mil.
Dados que este cenário proporciona
Análise do exemplo da execução de um empreendimento vertical:
Chega então o momento de fazer a análise de todos os indicadores, para entender se a obra está andando de acordo com o orçamento, e temos a seguinte situação:
- Valor Previsto (VP): a previsão era de 3 pavimentos de estrutura e 1 de alvenaria, a um custo de R$ 600 mil.
- Valor Agregado (VA): as medições físicas, ponderadas pelo orçamento, indicaram que os dois pavimentos de estrutura representam R$ 250 mil.
- Custo Real (CR): o ERP indicou que o gasto financeiro com os serviços executados foi de R$ 300 mil.
A análise nos mostra que a Variação de Custo (VC), que é a diferença entre o Valor Agregado e o Custo Real, foi de R$ 50 mil, ou seja, foram gastos R$ 50 mil a mais do que deveria ter sido investido para executar o serviço.
Temos ainda a análise de Variação de Prazo (VPr), dada pela diferença entre o Valor Agregado e o Valor Previsto. Neste exemplo, essa diferença foi de R$ 300 mil, ou seja, a obra agregou 50% a menos do que havia sido previsto.
E então, tudo pronto para fazer o Gerenciamento de Valor Agregado?
O Gerenciamento de Valor Agregado é algo desafiador, como você pôde perceber neste conteúdo. Mas, em contrapartida, também é altamente vantajoso para a saúde e sucesso dos projetos da sua construtora. Caso você tenha alguma dúvida, não hesite em entrar em contato conosco.
Agora, para continuar se atualizando e levar bons insights para o seu negócio, acesse nosso conteúdo sobre: Empreendimentos sustentáveis: sua construtora está atenta a essa proposta?